Um Sapo Grande e Suculento

Sapo
O sanduíche era gordo. Redondo. Parecia um sapo dormindo em cima do prato. Dava para ver o recheio no meio dos dois pedaços de pão. O hambúrguer estava bem grelhado e brilhava delicioso, e por cima, queijo derretido, pedaços de pepino, tomate.
         Ele pegou a coisa com as duas mãos, com cuidado. Deu ainda uma última olhada antes de levá-lo à boca, aberta ao máximo a fim de abocanhar tanta envergadura. Mas eis que, na primeira mordida, ao apertar forte com os dentes, o tal pulou as vísceras para fora, por trás, deixando-lhe apenas as tampas de pão, vazias nas mãos. O recheio, com um ploft, foi todo ao chão.
         Ainda pensou em apanhar de volta, juntar tudo rapidamente, mesmo com a maionese já suja de germes. Mas só olhava abobado, boquiaberto, sem acreditar na enorme tragédia. Por fim, atirou longe as duas metades de pão e correu de volta ao balcão da lanchonete.
         – Mais um, completo!
 

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