Eram brinquedos mortos. Brinquedos sem criança, sem graça, sem rapidez infantil. Eram brinquedos guardados, acertados dentro de caixas que estancavam sua bagunça. Foi então que o filho dele, do dono da caixa, nasceu. Era moleque esperto que nem ele havia sido. Rápido, tirou aquela tampa de caixa e se maravilhou com seus tesouros mortos, que, maravilhados, renasceram, voltaram à vida. Sua graça de volta e então, quebrarem-se de novo, serem esquecidos, enterrados, queimados, mutilados, perdidos, trocados por outros, até vendidos por dinheiro de verdade, estarem embaixo da cama, no bolso da bermuda, caírem da bicicleta. Que maravilha. Seriam, bem logo, brinquedos vivos. Brinquedos de criança.